A formação de valores e a construção da autonomia moral de nossos filhos e alunos

by Colégio Rio Branco 16. novembro 2015 13:38

Em nosso Encontro com a Direção do mês de outubro, realizado nos dias 28 e 29, nas unidades Granja Vianna e Higienópolis, discutimos o tema “A formação de valores e a construção da autonomia moral de nossos filhos e alunos”.

Nossa conversa foi inspirada no vídeo Formação de Valores e no artigo “A construção da autonomia: uma conquista para toda a vida”, de Telma Vinha, pedagoga, doutora em Educação e professora da Faculdade de Educação da Unicamp.

As pessoas enfrentam, a todo o tempo, dilemas morais e éticos e tomam atitudes diferentes diante das mesmas situações. Por que isso ocorre?

Para a educadora, é preciso ter conhecimento sobre as regras, o que deve e o que não deve ser feito diante das situações. Muitas vezes esse conhecimento não gera a ação. O que faz com que uma regra seja efetiva é a afetividade nela envolvida. O afeto faz com que as pessoas tenham valores.

A construção da autonomia moral se dá na interação, pois o ser humano é social. Jean Piaget, estudioso da psicologia infantil, diz que a criança nasce em estado de anomia, que é a ausência total de regras. Na idade até os 3 anos, a criança é voltada para suas necessidades básicas individuais. Dos 3 aos 8 anos de idade, a criança vive em estado de heteronomia, ou seja as regras e sanções veem de fora para dentro. Na autonomia, as regras e os valores estão incorporados ao indivíduo, não sendo, em situação ideal, necessárias sanções. A autonomia é adquirida quando as normas foram compreendidas e absorvidas. Existem diferentes níveis de hetoronomia e autonomia, inclusive no mundo adulto.

Coerência nas ações do dia a dia

Para dar significado às regras e princípios, fazendo com que se tornem valores, nós adultos precisamos criar mecanismos para que crianças ganhem, aos poucos, consciência de seus atos. Vale lembrar que quanto mais a pessoa entende que faz parte de um conjunto, de uma comunidade, de uma sociedade, mais se expressa a autonomia.

Essa trajetória não se estabelece apenas com o discurso. Não apenas falamos de ética e respeito, mas devemos viver situações que sirvam como exemplo para nossas crianças e jovens.

Educar é um exercício sem receita, vivido no dia a dia em família e na escola. Muito mais do que ser uma pessoa educada, é preciso formar pessoas que reconheçam a importância do outro.

Dar autonomia aos nossos filhos é permitir que eles assumam as consequências de seus atos. Ter autonomia é saber escolher e ter responsabilidade.

Coerência e constância nas ações e nas palavras. Essa é a grande resposta aos pais que querem dar bons exemplos aos filhos na construção da autonomia moral.

Como a escola trabalha a construção da autonomia

No Colégio Rio Branco, estimulamos em nossos alunos a ideia de projeto de vida. Nosso objetivo é fazer com que as crianças e jovens atuem para desenvolver projetos, criando metas de curto prazo, tendo em vista que pequenas metas se transformam em grandes realizações.

Entendemos que os alunos podem exercitar suas escolhas no espaço das atividades extracurriculares e dos módulos eletivos, que exploram o protagonismo, a criatividade, a inovação e as habilidades artísticas e corporais.

A afetividade é colocada em todas as ações do cotidiano, estimulando a reflexão e a compreensão das atitudes, dos sentimentos e das relações com o grupo.

Escolhas e consequências são vividas o tempo todo como elementos formadores de nossas crianças e jovens. Procuramos ensiná-los a fazer escolhas certas e a assumir as consequências de seus atos. Sanções eventualmente impostas vêm no sentido de fazê-los perceber, num universo coletivo, o quanto os atos individuais impactam no coletivo. É um grande aprendizado entre todos.

Como instituição ligada ao PEA - Programa de Escola Associadas da Unesco, o Colégio Rio Branco segue uma agenda que tem por princípio que a guerra está, principalmente, na cabeça das pessoas e, por meio da Educação, é que se pode desenvolver uma cultura de paz. Ações cotidianas, projetos e reflexões no ambiente escolar vão, gradualmente, contribuindo para a construção da autonomia moral e para a consolidação de valores sintonizados com a vida humana, com a preservação do meio ambiente e com a solidariedade.

O impacto das redes sociais

by blogAdmin 26. junho 2014 11:25

A reflexão sobre os impactos das redes sociais na vida de nossos alunos e filhos deve ser constante, por ser um assunto complexo e que surpreende em sua dinâmica. Assim, os Encontros com a Direção, realizados nos dias 28 e 29 de maio, retomaram o tema, já tratado em 2013.

Redes Sociais: aspectos desafiadores e, ao mesmo tempo, positivos

O que é rede social? Segundo o site Infopédia, rede social é: um conjunto de relações entre pessoas ou organizações que partilham interesses, conhecimentos e valores comuns, por meio da internet / site ou página da internet onde se estabelece esse tipo de relação, através da publicação de comentários, fotos, links etc.

Assim, antes considerávamos Rede Social o contato do dia a dia e, hoje, já estendemos esse aspecto via online. 

Juntos pensamos, ainda, em diversos aspectos sobre o tema:

as redes sociais são o super organismo global, funcionando como o grande cérebro do mundo, e cada pessoa é um neurônio. Dessa forma, podemos dar o caminho que quisermos para essa rede, podemos deixar um legado para nossos filhos.

a internet é um meio incrível, que une as pessoas. Quando mal usada pode acabar com uma família, com uma criança, com um jovem. Então, é preciso uma lei para poder regrar esse ambiente.

Vivendo nas redes sociais – segurança, reputação e ética

Hoje, o mundo real e o mundo virtual estão conectados. Se pensarmos nas orientações de nossos pais quando éramos crianças e jovens, elas são as mesmas que devemos dar aos nossos filhos no mundo virtual: não se exponha, não fale com estranhos, tenha uma postura cuidadosa com a sua intimidade e com a de seus familiares e amigos, saiba que suas atitudes têm consequências, entre outros tantos conselhos. É essencial que falemos de reputação no meio digital, para que nossos alunos e filhos entendam que tudo o que registramos no mundo virtual não se apaga.

Confira esse trecho do artigo da professora Esther Carvalho, publicado no site do Colégio Rio Branco: “Um dos desafios que a rede apresenta é a tomada de consciência por parte do usuário do tamanho da comunidade da qual passa a fazer parte e o poder real de disseminação de informações que esse ambiente possui: aquilo que se registra na rede, seja em imagens ou palavras, atinge pessoas conhecidas e desconhecidas, em velocidade inimaginável e incontrolável; uma vez registrado, não se apaga, por mais que se busquem mecanismos para isso. Logo, algo que se publica, comenta-se ou registra-se numa determinada fase da vida permanecerá na rede por toda nossa existência (e depois dela). A percepção de crianças, jovens e até mesmo adultos sobre esse assunto é bastante frágil. Urge, portanto, trazer à tona, cada vez mais, a discussão sobre ética no ambiente virtual”.

Para reforçar as dicas de segurança no mundo virtual, indicamos a leitura da cartilha “Ética e Segurança Digital”, do Instituto iStart, que foi criado, em 2010, pela advogada especialista em Direito Digital, Dra. Patricia Peck Pinheiro, com a missão levar mais educação em Ética e Segurança Digital para as famílias brasileiras. A cartilha oferece orientações para crianças, jovens e adultos sobre senhas, downloads, pirataria, contato com pessoas desconhecidas, cyberbullying, entre outros temas.

Como trabalhamos o tema

Na Unidade Higienópolis, os pais foram divididos em dois grupos - um com Educação Infantil e Ensino Fundamental e outro com Ensino Médio -, para a discussão das reflexões norteadoras:

Como educar esta nova geração para fazer uso ético e seguro das ferramentas tecnológicas e das informações?

Como ser um pai/mãe mais presente digitalmente na vida dos filhos?

O primeiro grupo destacou a questão da carência afetiva de algumas pessoas, que buscam preencher essas lacunas na internet. Outro aspecto foi a diferença entre as gerações dos pais e dos filhos e que, nesse contexto, os adultos devem ser parceiros dos filhos no mundo virtual, mas sem assumir uma postura fiscalizadora. Os pais dos alunos do Ensino Médio reforçaram a importância da preservação da reputação, com atenção no conteúdo do que se publica. Assim, os jovens devem ter responsabilidade sobre o que fazem, também, no mundo virtual, ou seja, existe o desafio de disseminar o conceito de responsabilidade virtual.

Na Unidade Granja Vianna, as discussões também focaram a cartilha “Ética e Segurança Digital”, do Instituto iStart e foram compartilhadas experiências vividas na escola e na família.

Em grupos, os pais discutiram as principais questões relacionadas aos impactos das redes sociais e fizeram uma reflexão sobre o papel dos adultos na vida virtual dos filhos. Os pais tiveram a oportunidade de compartilhar ideias sobre como devem enfrentar essas situações e orientar os filhos

A conversa foi baseada na lista de indicadores, disponível na cartilha, que possibilita aos pais avaliarem se conhecem seu filho no mundo digital. Confira esses indicadores clicando aqui, na página 18.

Mais indicações

Confira alguns vídeos para crianças.

Nesse site, há uma análise mais ampla sobre diferentes tipos de mídia. Está em Inglês, mas vale a pena conferir.